terça-feira, 24 de abril de 2012

O martírio de Policarpo


O martírio de Policarpo


O dia estava quente. As autoridades de Esmirna procuravam Policarpo, o respeitado bispo da cidade. Elas já haviam levado outros cristãos à morte na arena. Agora, uma multidão exigia a morte do líder.

Policarpo
Policarpo saíra da cidade e se escondera na propriedade de alguns amigos, no interior. Quando os soldados entraram, ele fugiu para outra propriedade. Embora o idoso bispo não tivesse medo da morte e quisesse permanecer na cidade, seus amigos insistiram em que se escondesse, talvez com temor de que sua morte pudesse desmoralizar a igreja. Se esse era o caso, estavam completamente equivocados.


Quando os soldados alcançaram a primeira fazenda, torturaram um menino escravo para que revelasse o paradeiro de Policarpo. Assim, apressaram-se, bem armados, para prender o bispo. Embora tivesse tempo para escapar, Policarpo se recusou a agir assim. "Que a vontade de Deus seja feita", decidiu. Em vez de fugir, deu as boas-vindas aos seus captores, ofereceu-lhes comida e pediu permissão para passar um momento sozinho em oração. Policarpo orou durante duas horas.

Alguns dos que ali estavam com a finalidade de prendê-lo pareciam arrependidos por prender um homem tão simpático. No caminho de volta a Esmirna, o chefe da guarda tentou argumentar com Policarpo: "Que problema há em dizer 'César é senhor' e acender incenso?".

Policarpo calmamente disse que não faria isso.

As autoridades romanas desenvolveram a idéia de que o espírito (ou o "gênio") do imperador (César) era divino. A maioria dos romanos, por causa de seu panteão, não tinha problema em prestar culto ao imperador, pois entendia a situação como questão de lealdade nacional. Porém, os cristãos sabiam que isso era idolatria.

Pelo fato de os cristãos se recusarem a adorar o imperador ou os outros deuses de Roma e adorar Cristo de maneira silenciosa e secreta em seus lares, a maioria das pessoas achava que eles não tinham fé. "Fora com os ateus!", gritavam os habitantes de Esmirna, enquanto buscavam os cristãos para prendê-los. Como sabiam apenas que os cristãos não participavam dos muitos festivais pagaos e não ofereciam os sacrifícios comuns, a multidão atacava o grupo considerado ímpio e sem pátria.

Então, Policarpo entrou em uma arena cheia de pessoas enfurecidas. O procónsul romano parecia respeitar a idade do bispo. Como Pilatos, queria evitar uma cena horrível, se fosse possível. Se Policarpo apenas oferecesse um sacrifício, todos poderiam ir para casa.

    — Respeito sua idade, velho homem — implorou o procónsul.
    — Jure pela felicidade de César. Mude de idéia. Diga "Fora com os ateus!".

O procónsul obviamente queria que Policarpo salvasse a vida ao separar-se daqueles "ateus", os cristãos. Ele, porém, simplesmente olhou para a multidão zombadora, levantou a mão na direção deles e disse:

Fora com os ateus!

O procónsul tentou outra vez:

Faça o juramento e eu o libertarei. Amaldiçoe Cristo!

O bispo se manteve firme.

Por 86 anos servi a Cristo, e ele nunca me fez qualquer mal. Como poderia blasfemar contra meu Rei, que me salvou?

A tradição diz que Policarpo estudou com o apóstolo João. Se isso foi realmente verdade, ele era, provavelmente, o último elo vivo com a igreja apostólica. Cerca de quarenta anos antes, quando Policarpo começou seu ministério como bispo, Inácio, um dos pais da igreja, escreveu a ele uma carta especial. Policarpo escreveu, de próprio punho, uma carta aos filipenses. Embora não seja especialmente brilhante e original, essa carta fala sobre as verdades que ele aprendeu com seus mestres. Policarpo não fazia exegese de textos do Antigo Testamento, como os estudiosos cristãos posteriores, mas citava os apóstolos e os outros líderes da igreja para exortar os filipenses.

Cerca de um ano antes do martírio, Policarpo foi a Roma para acertar algumas diferenças quanto à data da Páscoa com o bispo daquela cidade. Uma história diz que, nessa cidade, ele debateu com o herege Mar-cião, a quem chamava "o primogênito de Satanás". Diz-se que diversos seguidores de Marcião se converteram com sua exposição dos ensinamentos apostólicos.

Este era o papel de Policarpo: ser uma testemunha fiel. Líderes posteriores apresentariam saídas criativas diante de situações em constante mutação, mas a era de Policarpo requeria apenas fidelidade. Ε ele foi fiel até a morte.

Na arena, a argumentação continuava entre o bispo e o procónsul. Em certo momento, Policarpo admoestou seu inquisidor: "Se você [...] finge que não sabe quem sou, ouça bem: sou um cristão. Se você quer aprender sobre o cristianismo, separe um dia e me conceda uma audiência". O procónsul ameaçou jogá-lo às feras.

Policarpo disse: "Pois chame-as. Se isto fosse uma mudança do mal para o bem, eu a consideraria, mas não posso admitir uma mudança do melhor para o pior".

Ameaçado pelo fogo, Policarpo reagiu: "Seu fogo poderá queimar por uma hora, mas depois se extinguirá; mas o fogo do julgamento por vir é eterno".

Por fim, anunciou-se que Policarpo não se retrataria. O povo de Es-mirna gritou: "Este é o mestre da Ásia, o pai dos cristãos, o destruidor de nossos deuses, que ensina o povo a não sacrificar e a não adorar!".

O procónsul ordenou que o bispo fosse queimado.

Policarpo foi amarrado a uma estaca, e o fogo foi ateado. Contudo, de acordo com testemunhas oculares, seu corpo não se consumia. Conforme o relato dessas testemunhas, ele "estava lá no meio, não como carne em chamas, mas como um pão sendo assado ou como o ouro e a prata sendo refinados em uma fornalha. Sentimos o suave aroma, semelhante ao de incenso, ou ao de outra especiaria preciosa".

Quando um dos executores o perfurou com uma lança, o sangue que jorrou apagou o fogo.

Este relato foi repassado às congregações por todo o império. A igreja valorizou esses relatos e começou a celebrar a vida e a morte de seus mártires, chegando a coletar seus ossos e outras relíquias. Em 23 de fevereiro, todos os anos, comemoravam o "dia do nascimento" de Policarpo no Reino celestial.
Nos 150 anos seguintes, à medida que centenas de outros mártires caminharam fielmente para a morte, muitos foram fortalecidos pelos relatos do testemunho fiel do bispo de Esmirna.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O número SETE na Bíblia parte -02

"O grego não tem algarismo, as letras do alfabeto têm valores. A primeira letra vale 1 e a segunda vale 2, etc. Cada palavra grega tem um valor numérico.
O vocabulário todo da genealogia tem 72 palavras. O valor numérico de todas estas palavras soma 42.364 ou 6.052 setes. Estas 72 palavras da genealogia ocorrem em 90 formas. Somando-se os valores numéricos das 90 formas dá 54.075 ou 7.725 setes.
"O trecho que segue a genealogia conta o nascimento de Jesus, nos versículos 18 a 25. Tem 161 palavras, 23x7. O voca­bulário tem 77 palavras, 11x7 e estas 77 palavras ocorrem em 105 formas, 15x7.
"No trecho em que o anjo fala com José, o anjo usa 28 palavras, 4x7. Das 105 formas o anjo emprega 35,5x7.
"O valor aritmético do vocábulo é 52.605,7.515 setes. O total do valor aritmético das 105 formas é 64.429,9.347 setes. O segundo capítulo conta com a infância de Jesus.Tem 161 palavras, 23x7, que ocorrem em 238 formas, 34x7, e tem 896 letras 128x7. As 238 formas têm um valor numérico de 166.985, ou 23.855x7.
"Este capítulo tem, ao menos, quatro divisões e cada uma apresenta o mesmo fenômeno do capítulo todo. Os primeiros 6 versículos têm 56 palavras, 8x7, etc.
"No capítulo há vários discursos: Herodes fala, os magos falam, o anjo fala. Cada discurso é uma parte perfeita, formando um conjunto perfeito, na simetria aritmética do capítulo todo.
“Não há um só parágrafo no Evangelho de Mateus que não esteja formado neste plano. Além disto, cada parágrafo tem relação aritmética com o que precede e com o que segue. Assim, no último capítulo, ele emprega 7 palavras que não tinha empregado antes. No Evangelho há 140 palavras, 20x7, que não aparecem em nenhum outro livro do Novo Testamento. Mateus emprega 140 palavras que os outros não empregam. Como poderia ele saber que Marcos, Lucas, João, Tiago, Judas e Paulo não haveriam de usar estas palavras? Alguém poderia pensar que Mateus escreveu depois de todos. Acontece, porém, que Marcos mostra em seu Evangelho o mesmo fenômeno aritmético".
No mesmo jornal "Sun", naquela época, o Sr. S.K. Waters chamou de falsificação o último trecho do Evangelho de Marcos (Cap. 16.9 a 20). E Ivan Panin respondeu:
“Este trecho tem 175 palavras, 25x7. Seu vocabulário tem 98 palavras, 14x7. Destas o Senhor Jesus emprega 42,6x7. Das 175 palavras ou formas das palavras, o Senhor Jesus emprega 56,8x7.
"Das 98 palavras do vocabulário, 84,12x7 foram usadas antes por Marcos e são empregadas só neste trecho 14,2x7. Marcos seria então outro milagre. Marcos também parece ter escrito por último.
"A não ser que Mateus e Marcos tenham sido guiados por uma inteligência infinita (o Espírito Santo de Deus foi o inspirador).
"Interessante é que Lucas apresenta o mesmo fenômeno do ns 7. Além disto, João, Tiago, Pedro, Judas e Paulo escreveram seguindo o mesmo plano de acordo com esta relação numérica.
“Deste modo se alguém não aceitar a inspiração divina, terá de admitir que são oito escritores matemáticos maravilhosos e que cada um deve ter escrito depois dos outros".
A carta com esta resposta foi publicada pelo mesmo jornal e chamou a atenção de muita gente. Ninguém pôde refutar, mas os inimigos da Bíblia continuaram lançando ataques contra ela. Só o Espírito Santo convence o erro.
O Nome de Moisés e o 7
Aparece o nome de Moisés, na Bíblia, 847 vezes (121x7).
No livro de Apocalipse é citado só uma vez. Sem esta citação, não teríamos 847. Parece este fato indicar que Apocalipse é tão importante, que encerra mesmo o volume da Bíblia Sagrada. Moisés é o autor da primeira parte da Bíblia, era necessária esta referência em apocalipse.
Considerações Finais
O primeiro versículo da Bíblia (Gn 1.1), no hebraico é "Berechit bará Elohim ête hachamaim vaête Haéretz", "No princípio criou Deus os céus e a terra", tem sete palavras e vinte e oito letras (4x7). O sujeito e o predicado somam 14 letras e o objeto direto tem 14 letras (2x7).
Na obra da criação, 7 vezes viu Deus que era bom o que estava feito (Gn 1.4,10,12,18,21,25 e 31). A Bíblia começa na base de 7.
João contemplou no epílogo do Apocalipse uma visão das coisas novas, que também eram 7: 1) O novo céu (Ap 21.1); 2) A nova terra (Ap 21.1); 3) A nova Jerusalém (Ap 21.2); 4) O muro da cidade com 12 portas (Ap 21.12); 5) Os fundamentos do muro (Ap 21.12-20); 6) O rio da água da vida (Ap 22.1); 7) A árvore da vida (Ap 22.2). A Bíblia encerra a sua mensagem com 7.

sábado, 7 de abril de 2012

O número SETE na Bíblia - parte 01

Extraído: de Sombras tipos e mistérios da Bíblia Joel Leitão de Melo CPAD

O número SETE na Bíblia

Sete - Perfeição. Número sagrado do pacto de Deus com o homem. Três é o número de Deus. Quatro, o número do mundo. O pacto de Deus veio por Jesus. Deus + homem (3+4 = 7). Representa toda a perfeição do amor de Deus. Embora dois ou três venham mais vezes, os fatos bíblicos em que aparece o sete comumente impres­sionam mais ou atingem melhor a alma. Na antiga concordância de R. Young, que consultamos, há, salvo engano, 422 vezes a palavra sete. Além de mencionar a palavra, a Bíblia é cheia de pensamentos ligados ao sete. Num lugar vêm sete virtudes, noutro, sete promes­sas, e assim por diante. De modo que, muito além do vocábulo sete, muitas vezes vem a perfeição de Deus que ele representa, ou a revelação bíblica apresentada na base de sete.
As idéias expressas pelo sete são, especialmente: perfeição, plenitude, suficiência, consumação, obra completa, repouso.
Sete são as cores do arco-íris, e sete são as notas da escala musical.
Se fosse escrito tudo o que o número sete encerra, cremos que se aplicariam ao caso aquelas palavras do fim do Evangelho de João, "...cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem" (Jo 21.25b).
São apresentadas a seguir algumas referências a sete coisas que vêm sete vezes, ou ainda revelações baseadas em sete.
Só o livro de Gênesis tem 50 vezes o número sete, Levítico 43 e Apocalipse mais de 40.
- 7 promessas foram feitas por Deus a Abraão (Gn 12.2 e 3).
- 7 bênçãos de Isaque a Jacó (Gn 27.28 e 29).
- 7 peças de roupa do sumo sacerdote (Êx 28.4,42).
- 7 objetos ungidos com óleo santo.
- 7 vezes ungidos com óleo santo.
- 7 vezes feita a unção de azeite no altar (Lv 8.10,11).
- 7 mês, quando era feita a expiação por todo o povo (Lv 16.29).
- 7 dias a festa dos tabernáculos (Lv 23.36).
- 7 sacerdotes tocavam as trombetas diante da arca na tomada de Jerico (Js 6.8).
- 7 dias comiam pães asmos, na semana da Páscoa (Êx 12.15; Dt 16.3; Ed 6.22).
- 7 vezes no dia o salmista louvava ao Senhor pela sua justiça (SI 119.164).
-  7 mil permaneciam fiéis a Deus, quando a nação estava oficialmente na idolatria (1 Rs 19.18).
- 7 vezes cairá o justo, mas se levantará (Pv 24.16).
- 7 vezes maior será a luz do sol quando o Senhor livrar o seu povo (Is 30.26).
- 7 espíritos repousam sobre o Messias (Is 11.2; Ap 5.6).
- 7 vezes Jesus Cristo falou quando estava pregado na cruz (Lc 23.34).
- 7 olhos estavam sobre a pedra que é o mesmo Renovo (Jesus Cristo) (Zc 3.9).




Na visão que João teve de Jesus Cristo, tinha ele 7 espíritos, 7 olhos, 7 pontas, 7 estrelas, e estava no meio de 7 castiçais (Ap 1.13,16; 3.1; 5.6).
O livro do juízo de Deus era selado com 7 selos (Ap 5.1).
O juízo foi proclamado por 7 anjos com 7 trombetas (Ap 8.2).
Na execução do juízo, 7 anjos derramaram 7 taças da ira (Ap 15.7; 16.1).
7 bem-aventuranças se encontram no livro de Apocalipse.
7 pessoas foram chamadas por Deus com a repetição dos nomes, quatro no Velho Testamento e três no Novo Testamento, sendo estas últimas por Jesus Cristo: 1) Abraão, Abraão (Gn 22.11); 2) Jacó, Jacó (Gn 46.2); 3) Moisés, Moisés (Êx 3.4); 4) Samuel, Samuel (1 Sm 3.10); 5) Marta, Marta (Lc 10.41); 6) Simão, Simão (Lc 22.31); 7) Saulo, Saulo (At 9.4).
Para o crente não ser ocioso nem estéril na vida espiritual, Pedro recomenda 7 virtudes, para somar à nossa fé. "Acrescentai à vos sa fé..." 1) Virtude; 2) Ciência; 3) Temperança; 4) Paciência; 5) Piedade; 6) Amor Fraternal; 7) Caridade (ver 2 Pe 1.5 a 7).
Quando o povo de Deus obedece à sua palavra, o inimigo o persegue por um caminho e foge por 7. Quando desobedece a Deus, persegue o inimigo por um caminho e foge dele por 7 (Dt 28.7b e 25).
A palavra de Deus é purificada como a prata refinada 7 vezes (SI 12.6).
O Novo Testamento é todo escrito num plano aritmético, baseado no número 7.
No começo deste século, um incrédulo desafiou “qualquer campeão da ortodoxia"  para apresentar “fatos" provando a vera­cidade do Cristianismo. O desafio foi lançado pelo jornal diário "Sun" de Nova Iorque. No dia seguinte, foi enviado ao mesmo jornal a resposta de um servo do Senhor. Quem desafiou era um cidadão chamado W.R. Laughlin e o crente que respondeu tinha o nome de Ivan Panin. Esse Ivan Panin depois ficou conhecido como correspondente da revista "Things to Come", onde mantinha ele uma seção intitulada "Bible Numerics".
Este caso foi publicado em português, na revista "O Se­meador”, editada em Coimbra, Portugal, no ano de 1910. Também foi transcrito num livrinho "Inspiração da Bíblia", do rev. Aureliano Alves de Jesus, pastor presbiteriano independente, edição de 1946.
Aqui vai a resposta de Ivan Panin ao incrédulo:
“Os primeiros 17 versículos do Novo Testamento contêm a genealogia de Jesus Cristo. São duas partes. Os versículos 1 a 11, a genealogia desde Abraão até o cativeiro. Os versículos 12 a 17, desde o cativeiro até Cristo. O vocabulário (no original) dos versículos 1 a 11 tem 49 palavras, 7x7. Destas, 42(6x7) são substan­tivos e 7 não são. Dos 42 substantivos, 35(5x7) são nomes próprios e 7 são nomes comuns. Dos 35 nomes próprios, 28(4x7) são antepassados masculinos de Jesus e 7 não são.