domingo, 18 de agosto de 2013

A critica da Bíblia, algumas observações!

Numa aula sobre Antigo Testamento o professor discorria sobre a formação da saga formativa do mesmo baseando-se na historiografia também conhecida pelas nefastas nomenclaturas de método histórico-crítico, Alta-crítica, teoria das fontes, teoria documental, teologia alemã entre outros. Algo que sempre me chama atenção é a forma arrogante que essa metodologia impõe, todas ás vezes que a vejo ser apresentada, pois a mesma menospreza, assim como o ateísmo, toda as opiniões que divergem da sua com o discurso que somente a deles é a opinião correta, digo acadêmica cientifica, e portanto a única que deve ser levada em conta, e quem estar cursando teologia deve adota-la, pois se quisermos ter um diploma confiável como o de um médico temos que aprender a separar a academia e a fé, alias se queremos pessoas para servir a comunidade devemos fazer cursos congregacionais e deixar a academia para aqueles que desejam serem teólogos de verdade, pois ensinar teologia de outro modo é não ser honesto intelectualmente!.[1]
Cara pálida, quero dizer que há outro mundo além do seu, beber em fonte rotas é prejudicial á saúde, faça um favor e dê uma olhada nos danos causados pela historiografia nas igrejas da Europa, não precisa ser sequer cristão para se estudar teologia, porem é necessário ter em considerações as palavras (atribuídas) Jesus quando o mesmo fala do fruto das arvores e de fontes de aguas, será que o Brasil vai ter um destino diferente da Alemanha se trilhar o mesmo caminho? Outra perguntinha, você já observou algo em Teologia além dos que foram produzidos por Gabler, Wellhausen, Bultmann, Tillich e CIA LTDA? Pelo que vejo há MESTREs que só enxergam o que foi ou é apresentado no seminário e quer dar do mesmo composto para os seus alunos.[2]
Algumas das questões levantadas pelos historiógrafos são.
“O cânon foi formado por conveniência politica e não por revelação!”
“O livro de Ester foi produzido para justificar a comemoração do purim, e o de Rute para ensinar ao povo o conceito do G´oel!”
O prologo do evangelho de João é simplesmente uma justificativa a Ben-Siraque!
A saga dos patriarcas são “três tradições constitutivas para a auto compreensão do posterior povo de Israel da promessa aos patriarcas”[3]
Desejo porem começar a minha observação pela ultima frase do primeiro paragrafo e lhes apresentar alguns dos (des)honestos que creem na inerrância da palavra de Deus e portanto não dão valor a ideologia que adotada pelo historicismo.
John W. Wenham é ministro ordenado da Igreja da Inglaterra. E mestre em Artes* pela Universidade de Cambridge e bacharel em Teologia pela Universidade de Londres. Exerceu as seguintes funções acadêmicas: vice-diretor de Tyndale Hall, em Bristol, e diretor de Latimer House, em Oxford. Foi capelão da Forca Aerea Real e pároco da igreja de Saint Nicholas, em Durham. E autor, entre outros, de The elements of New Testament greek [Os elementos do NT grego], Christ and the Bible [Cristo e a Bíblia] e The goodness of God [A bondade de Deus].
Edwin A. Blum é professor adjunto de teologia histórica do Seminário Teoldgico de Dallas, no Texas. £ mestre e doutor em teologia pelo Seminário de Dallas e doutor pela Universidade da Basiléa. Fez seus estudos de graduação pela Universidade Rice. E instrutor no Dallas Bible College, além de instrutor e professor assistente de Literatura do Novo Testamento e Exegese e professor assistente de teologia sistemática no Seminário Teológico de Dallas. £ professor do Trinity Fellowship de Dallas e diretor do Theological Students' Fellowship (tsf/ rv).
Gleason L. Archer é professor emérito da Trinity Evangelical Divinity School, em Deerfield, Illinois, nos Estados Unidos. Cursou o Harvard College (bacharelado e mestrado em Artes), o Princeton Theological Seminary (bacharelado em teologia), a Suffolk University Law School (bacharelado em Direito) e o Harvard Graduate School (doutorado em Filosofia). E autor de Enciclopedia de temas biblicos (Vida), Merece confiança o Antigo Testamento? (Vida Nova), In the shadow of the cross [A sombra da cruz], traduziu o comentário de Jeronimo sobre Daniel, escreveu dois comentários: The Epistle to the Hebrews [Epistola aos Hebreus] e The Epistle to the Romans [Epistola aos Romanos], e ainda Survey of Old Testament Introduction [Sumula de introdução ao Antigo Testamento]. Antes de chegar a Trinity, em 1965, serviu como pastor estagiário em duas igrejas de Nova Jersey, foi pastor assistente da Park Street Church, em Boston, Massachusetts, professor de línguas bíblicas e reitor interino do Fuller Theological Seminary, em Pasadena, na Califórnia.
J. Barton Payne foi professor de Antigo Testamento do Covenant Theological Seminary de Saint Louis, no Missouri. Cursou bacharelado em Artes na Universidade da Califórnia, Teologia no Seminário Teológico de São Francisco e especializou-se em Línguas Semíticas e Literatura Bíblica no Seminário Teol6gico de Princeton, onde também fez doutorado em AT. Foi pastor presbiteriano, presidente do departamento de graduação em at da Universidade Bob Jones, lecionou AT no Wheaton College Graduate School of Theology e tambem no Trinity Evangelical Divinity School. Foi professor e supervisor de escavacoes no Near East School of Archaelogical and Biblical Studies, na Jordania, além de diretor do Wheaton Summer Institute of Biblical Studies, em Israel. Escreveu, entre outros, An ouline of hebrew history [Esboço da história hebraica], Hebrew vocabularies [ Vocabulários hebraicos], The iminent appearing of Christ [ O retorno iminente de Cristo], Theology of the Older Testament [ Teologia do Antigo Testamento], New perspectives on the Old Testament [Novas perspectivas do antigo testamento] Encyclopedia of biblical prophecy [Enciclopédia de profecia biblica], Biblical prophecy for today [Profecia bíblica para hoje] e The prophecy map of world history [Mapaprofetico da historia do mundo]. Participou também dos comitês de tradução da The New American Standard Bible (nasb) e da New International Version (niv). Foi presidente e secretário nacional da Evangelical Theological Society, tendo também participado do conselho da icbi.

Em relação ás demais questões farei observações posteriormente.
Deus continuando abençoando a todos vós.



[1] Basicamente esse foi o discurso do professor.
[2] É a típica teologia que norteia a Superinteressante e outras mídias anticristãs.
[3] Schmidt, Werner H. Introdução ao Antigo Testamento, tradução Anne Marie Hõhn I. São Leopoldo, RS : Sinodal, 1994. 3ª edição. Pag. 18
[4] As descrições dos autores apresentados aqui foram extraídas de Norman L. Geisler (org.); A inerrância da Bíblia Tradução Antivan Guimaraes Mendes São Paulo editora Vida, 2003.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um engano chamado “teologia gay”

Prática da homossexualidade contraria doutrina bíblica e é incompatível com a fé cristã.

O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.
Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada "teologia inclusiva" têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.
A "teologia inclusiva" é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.
Em segundo lugar, a "teologia inclusiva" defende que as condenações encontradas no livro de Levítico se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus.
Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.
PECADO E DESTRUIÇÃO
Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja.
O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base para esta afirmação é que se diz, no original hebraico, que os homens de Sodoma queriam "conhecer" os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Já a Nova versão internacional e aNova tradução na linguagem de hoje dizem que os concidadãos de Ló queriam "ter relações" com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: "Queremos dormir com eles". Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam "conhecer" os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: "Elas nunca conheceram (yadah) homem", diz o versículo 8. "Assim, fica evidente que "conhecer", no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres."
Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a "teologia inclusiva" defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o "sodomita" era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18. Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as "abominações" dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: "Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali" (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como "procedimento libertino".
Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, "ultrapassando o das mulheres" (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da "teologia inclusiva" chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.
"TORPEZA"
Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da "teologia gay" dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, "cometendo torpeza" e "recebendo a merecida punição por seus erros". E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.
É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa "macia" ou "suave") e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.
Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que reflete os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta feita, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.
Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: "Todos pecaram e carecem da glória de Deus", conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.
Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãos adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.
COMPAIXÃO
É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.
Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto. Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32. Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.
É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento" (Art. 226, § 3º).
Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – "Importa antes obedecer a Deus que os homens" (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.
Augustus Nicodemus Lopes é pastor presbiteriano, mestre e doutor em interpretação Bíblica pelo Potchefstroom University (Africa do Sul), Westminster Theological Seminary (Estados Unidos) e Theologische Universiteit te Kampen (Holanda)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O conferencista e o teólogo


O conferencista e o teólogo



Outro dia conversando com a minha cunhada ela disse que sentia necessidade de preparação pessoal para a obra de Deus, e também havia alguns membros de sua congregação desejando ter um maior conhecimento da Palavra, mas que era muito difícil adquirir tais conhecimentos. Conversamos na possibilidade de formatar algo que viesse preencher essa lacuna, no entanto ela fez uma ressalva, “o problema de quem estuda teologia é que fica frio ou critico demais e acha defeito em tudo!” tentei explicar que as coisas não são necessariamente dessa forma, mas logo fomos interrompidos e fiquei devendo uma explicação sobre a postura do teólogo. Aqui tento quitar essa dívida refletindo sobre o teólogo ou biblicista num culto rotineiro ante uma enxurrada de conferencistas advinda dos quatro ventos. Gostaria de salientar que não pretendo aprofundar no assunto, apenas refletir sobre à pratica comum em alguns púlpitos.
Conferencista.
Fico curioso quando vejo um cartaz sobre programação evangélica e antes do nome do preletor as palavras Conf. ou Conferencista ou ainda Conferencista Internacional, me pergunto o porquê desses títulos que se tornam quase prenomes, bem, a expectativa criada é que tal preletor seja um exímio conhecedor da área, pois conferencista é aquele que faz conferencia e conferencia por sua vez significa reunião de especialista para debater determinado assunto, portanto o conferencista preletor é O ESPECIALISTA, dentre os presentes sendo assim o mesmo deve ser habilitado para tal e consequentemente demonstrar expertise, apesar de certas conferencias não exigir dos participantes passivos, (ouvintes) qualificações, todos os presentes podem serem chamados de conferencista.
Quanto ao termo teólogo devemos atentar para o que diz o professor McGranth “As palavras que terminam com “logia” são baseadas na palavra grega logos, que significa algo como “conversa” ou “discussão”. Assim como “biologia” significa “conversa sobre a vida” (da palavra grega bios,“vida”). “Teologia” é, portanto, “conversa sobre Deus” (da palavra grega  theos , “Deus”). De certa forma, todos somos teólogos, na medida em todos queremos falar sobre Deus... teologia... é algo que traz profundidade e maravilhamento para nossa fé.”[1]  O teólogo ou biblicista é alguém que tem a capacidade de conversar sobre Deus, sabemos e tratamos mais propriamente como teólogo aquele que estudou ou estuda teologia. Aqui quero tomar como teólogo alguém que tem um conhecimento básico sobre as doutrina da fé cristã.
Conferência/culto.
A palavra conferencia dificilmente pode ser sinônimo de culto ou adoração, ainda que forçosamente alguém diga que é a parte da instrução ou ensino no culto, porem num culto todos os presentes devem participar de forma ativa[2] (1 Rs 18.36; Jo 4.24; Ex 19.5), numa conferencia a maioria dos participantes são passivos, o culto é para aperfeiçoamento e edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12), numa conferencia é para se debater e chegar a uma conclusão sobre o debate, no culto o conhecimento é compartilhado visando o crescimento e a salvação, na conferencia o conhecimento é compartilhado visando um acordão ou pela simples de informações.
Um dos meus colegas de trabalho me chamou para ouvi uma mensagem da qual ele gostava muito, nessa mensagem o conferencista leu Gn 37.2 e 39.4 E então passou a “narrar” a historia de José para isso ele descontruiu e recontou a historia veja!
- Simeão era sanguinário, com ele era na peixeira.
- Rubem saiu para não participar do que fariam com José.
Eu particularmente dei graças a Deus quando o Cd começou a falhar e sair.
No culto de posse dum pastor o preletor soltou essa
- Moisés criou a trigonometria.
Esse mesmo conferencista conseguiu fazer do jumentinho de Mt 21 a personagem principal da historia.
Teve um que foi pastor da igreja em que eu congregava e dizia que, o pentagrama sagrado era o nome de Deus, e os judeus haviam esquecido. Esse mesmo ainda dizia que depressão era manifestação do diabo na vida da pessoa.[3] Alias estava para escrever um livro com “AS PERÓLAS DO MEU PASTOR”, mas felizmente para nossa congregação ele foi embora.
Um desses, se auto convidou, para pregar no templo central e conseguiu fazer o filho mais velho do capitulo quinze do evangelho de Lucas o protagonista da historia, além de dizer que o homem que deu emprego ao filho pródigo era árabe e só o fez isso para humilhar, pois sabia que é uma vergonha um judeu trabalhar com porcos. (onde ele conseguiu essas informações?)
Há ainda tem os conferencistas escritores, um deles produziu um livro com pelo menos uma falácia por paragrafo, e o outro fez uma “transliteração” pelo word, resultando em um erros primário e expondo a sua pseudo erudição.
Bem, não é preciso ter um grande conhecimento teológico para ver que os conferencistas cometem absurdos com a palavra de Deus, estando no local e ocasião inadequados os mesmo não fazem jus ao titulo que querem carregar, e ainda tem espaço, pois vivemos numa época em que as pessoas vão á igreja e não para o culto, e são analfabetas bíblicas, se não fossem assim haveria espaço para tais indivíduos?
Quero concluir pedindo a você que pense em alguma atividade ou área do conhecimento na qual você fez progresso, agora pergunto, a avaliação feita por você quando alguém esta realizando essa atividade é da mesma forma que você faria antes de adquirir tais conhecimentos? Acredito que sua resposta seja um enfático não, com o teólogo não é diferente, ele vê as coisas do ponto de vista de alguém que sabe das falácias praticadas em nosso meio. Convém aqui lembrarmos o conselho de Paulo “Continue a lembrar essas coisas a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de palavras; isso não traz proveito, e serve apenas para perverter os ouvintes. Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade.  Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade.” (2 Tm 2.14-16)[4].
P.S. Talvez o uso de tal titulo se deva ao fato da ausência de outros que possam vim a satisfazer o ego de tais camaradas.




[1] McGrath, Alister; Teologia para amadores; tradução de Rachel Vieira Belo de Azevedo. — São Paulo: Mundo Cristão, 2008. Pag.7,8
[2] Gonsalves José, Porção dobrada CPAD Rio de Janeiro RJ 2012 Pag. 57
[3] Pentagrama é um dos símbolos do satanismo enquanto tetragrama é as quatros letras que representa o nome pelo qual Deus se revelou a Moisés. Ex 3.10-14.
[4] Nova Versão Internacional